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Desigualdade digital

  • Foto do escritor: Observatório das Desigualdades
    Observatório das Desigualdades
  • 5 de dez. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de abr. de 2023

O texto a seguir foi construído a partir da colaboração de Marianna Sampaio (Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental da Prefeitura de São Paulo e doutoranda em Administração e Governo na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas – EAESP/FGV). Para ouvir clique no vídeo abaixo!

A preocupação com a desigualdade digital remonta aos anos 1990. Foi neste período que os acadêmicos e acadêmicas passaram a apontar os efeitos excludentes das tecnologias digitais. Termos como divisão digital e desigualdade digital eram usados para demonstrar como as diferenças ao acesso e no uso de tecnologias poderiam manter as desigualdades nas sociedades, além de criar formas novas de igualdades e exclusões.

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A desigualdade digital decorre do fato de as pessoas terem diferentes níveis de acesso à internet, equipamentos como telefones celulares e computadores, bem como diferentes habilidades para acessar e usar a internet e equipamentos. Sue Watling, uma estudiosa do tema, destaca como as linhas divisórias da exclusão digital são próximas àquelas linhas associadas a exclusão social como, por exemplo, renda, idade, minorias étnicas e pessoas com deficiência. Quando se fala em desigualdade ou exclusão digital, são três os possíveis níveis. O primeiro é o do acesso, ou seja, daquelas pessoas que sequer tem acesso à internet ou a computadores. O segundo nível é o das habilidades para uso de computadores e internet, já que apenas o acesso não basta. É preciso saber como e para quê usar as tecnologias. O terceiro nível, de resultados, diz respeito aos benefícios e ganhos que são produtos do uso da internet e de celulares e computadores.

No Brasil por exemplo, conforme dados da pesquisa TIC Domicílios (2019), quase 30% dos domicílios não tinha acesso à internet, e apenas 39% das casas brasileiras tinha computador. Nas classes sociais D e E, que são justamente aquelas que já sofrem com outros tipos de exclusão, o percentual de domicílios sem acesso à internet é de nada menos do que 50%. Já no que diz respeito ao uso, 59% dos brasileiros e das brasileiras dizem não usar a internet para estudar e trabalhar. Apenas 31% das pessoas que usam computador dizem ter manipulado uma planilha de cálculo, por exemplo.

Mais do que nunca, a pandemia de Covid-19 e a necessidade de se praticar isolamento social mostrou a importância do acesso à internet para que as pessoas possam se comunicar, trabalhar, estudar e exercer sua cidadania.

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Quer saber mais? Leia:

CENTRO REGIONAL DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO (Brasil). Comitê Gestor da Internet no Brasil. Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Domicílios Brasileiros: Tic domicílios 2019. Brasil: Cetic, 2020. 31 p. Disponível em: https://cetic.br/media/analises/tic_domicilios_2019_coletiva_imprensa.pdf.

WATLING, Sue. Digital exclusion: coming out from behind closed doors. Disability & Society, [S.L.], v. 26, n. 4, p. 491-495, jun. 2011. Informa UK Limited. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/09687599.2011.567802.

WATLING, Sue. Digital Exclusion: potential implications for social work education. Social Work Education, [S.L.], v. 31, n. 1, p. 125-130, fev. 2012. Informa UK Limited. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/02615479.2010.539605.

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